sábado, 3 de dezembro de 2016

O PALESTRANTE
Leonardo Mota, folclorista nordestino, natural do Ceará, que viveu de 1891 a 1948, dava palestras em várias cidades. Naquele tempo não havia rádios, televisões e os circos, os teatros e as palestras eram a diversão do povo. O Leota, como era chamado, gostava de contar causos. Publicou muitos livros com ditados populares, histórias regionais e expressões interioranas lá do seu ressequido Nordeste.
Numa de suas palestras, um caipira lá do Ceará se aprontou, jogou lá um perfume barato em seus pontos cardeais, pagou a entrada e foi escutar a prosa do Mota. Dia seguinte, na vendinha do canto de rua, chega um amigo que o vira na porta do teatrinho da cidade e procurou saber:
- Como é, Claudivino, então ontem você foi ouvir a palestra do Dr. Leonardo?
- É, Merenciano, estive lá.
- E gostou do folclorista?
- Heim! Fô... Facurista?
- Folclorista, Claudivino. Folclorista.
E o caipira meio desacorçoado:
- É. Isso aí eu não vi, não. É que cheguei meio atrasado. Mas o homem da palestra fala muito bonito e é muito engraçado. Até que valeu a pena!

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