sábado, 8 de junho de 2019

FILHO DA TERRA

  Sabinópolis tem mais um nome ilustre entre os nativos do Município, indivíduo que a mídia não conhece e nem valoriza como filho do lugar. Mas nós, atentos aos anseios da nossa comunidade vamos dar hoje o devido lugar a um dos filhos mais ilustres desta terra. Vejamos os fatos.
  Numa véspera de carnaval, dos meados dos anos cinquenta, a jardineira de Valdir Araújo trazia os sabinopolitanos de Belo Horizonte para uma das festas que, desde aquela época, era um dos melhores carnavais do país. Possivelmente perderia apenas para o carnaval carioca, e olhe lá. Jardineira lotada na rodoviária, muita gente em pé, chega o Peixoto, irmão de Tyrone. Mochila nas costas procurando uma vaga. O veículo estava abarrotado, mas mesmo assim procuraram um lugarzinho para mais um filho da terra. E foi a glória a que Sabinópolis rende homenagem até hoje e para sempre. Alguém viu o jovem procurando um lugar e perguntou para a turma que preenchia os espaços do veículo:
- Cabe o Peixoto?
  Mexeram e viraram e acabaram botando o Peixoto para dentro. Em pé, no fundo. Veículo roncando pela Av. Antônio Carlos até que numa curva para pegar a saída para Lagoa Santa, caminho obrigatório na nossa rota, apertaram alguma parte subalterna e sensitiva do Peixoto num cano de um banco. Peixoto soltou um uivo em dó sustenido (tem isso?) que foi ouvido por toda a adjacência, inclusive pelo Maestro João Silvério que viajava num banco atrás do motorista. A notícia se espalhou com incentivo do maestro. O jovem foi enviado ao Rio de Janeiro para fazer um teste na Rádio Nacional e daí para frente foi o que se sabe.
   A frase que o admitiu na jardineira foi o ensejo para o nome artístico que passou a adotar: de cabe o Peixoto, virou Cauby Peixoto, cantor dos mais afinados e mais cultuados pela nossa sociedade. Pena que não valorizaram a terra em que nasceu. Mas estamos aqui para fazer justiça.
   Sempre

08.06.2019.

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