O TOMADOR DE CONTA
Marcolino Peroba precisava fazer uma
viagem à capital para realizar alguns exames. Recomendação do Dr. Justino
Prates. Tinha que deixar sua propriedade rural lá nas vizinhanças da cidade de
Capivaras por, pelo menos, quinze dias. Incumbiu seu genro Pantúcio Cachorrão
de tomar conta da fazendinha durante a sua ausência. Serviço pouco. Só
vistoriar um gado de engorda, tratar dos porcos e das galinhas. Nada mais.
Deixou o paiol com vários alqueires de milho e foi-se. Meio preocupado... O
Cachorrão não era lá o que se pode chamar de modelo de conduta. Além do mais,
era um depósito de preguiça. Entretanto a necessidade falou mais alto. Foi-se.
No dia
seguinte o milho foi vendido para um vizinho sob recomendação de “bico calado”.
Quando o
Peroba regressou percebeu os porcos magros, as galinhas dispersas e mal cuidadas.
Visitou o paiol e nem uma espiga de milho.
Questionou o
genro:
- Uai,
Pantúcio. Que rumo cê deu no milho que deixei aqui?
- Dei para
os porcos e para as galinhas, uai! Não foi o que o Senhor mandou fazer?
- Mas cadê as
palhas? Onde foi?
- Pitei
elas, Seu Marcolino!
21.08.2019
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