terça-feira, 30 de junho de 2015

A BRIGA

Zé Panguela deu a sua versão da briga em que se envolveu com o Tomezão Cavalo, nestes termos:
- Dei lá nele um rabo de arraia. O homão subiu uns três metros. Quando voltou, porque tudo que sobe desce, levou um safanão na faixada e rodopiou no ar, sem tocar no chão. Quando veio de novo, focinho no rumo da poeira, levou um contravapor e subiu outra vez, caindo uns cinco metros adiante. Caminhei até lá e plantei-lhe a mão na platibanda do comedor de farofa. Rodopiou e antes de tomar tenência levou uma rasteira. Comeu mais de três quilos da grama do lugar. Antes de digerir a gramínea, levou um soco tipo sacarrolha debaixo da papada. Subiu uns quatro metros e, antes de tocar o chão, levou outra pernada e subiu de novo, caindo numa moita de unha de gato a uns quinze metros do lugar. Fui lá, verifiquei o estrago e deixei o homem dormindo sono pra mais de três dias.
Interpelei o Zé Panguela nestes termos:
- E esses dois olhos roxos e estes dentes da frente quebrados? Que foi isto?
E ele, cara amarrada, beiçola crescida, nariz de batata assada:

- Cê é besta, home! Isto não é de sua conta.

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