terça-feira, 1 de dezembro de 2015

NÃO SALVOU, PERDEU.

            Waltinho Braga lambiscava umas branquinhas lá no Bar do Humberto. Chegou até à porta, pesquisou o céu e garantiu:
            - Até às seis da tarde cai água hoje.
            Humberto chegou à porta também. Observou as nuvens... demorou-se mais observando para os lados do Almeida e contestou:
            - Hoje não chove. Sou capaz de apostar duas cervejas. Até à meia noite não cai uma gota d’água.
            Chove, não chove e a aposta foi concretizada. Lincão foi arrolado para testemunha.
            Lá pelas cinco da tarde, justamente quando o Waltinho retornava para tomar as talagadas vespertinas, caiu uma neblina fininha, parecendo um fubá mimoso, despencando devagar. Coisa insignificante que quase não chegava ao solo. Cessou uns cinco minutos depois. E o Waltinho radiante, já requerendo o fruto de sua aposta:
            - Traz lá, Humberto, a primeira cerveja. Apostar comigo é para perder. Eu falei que chovia e você não acreditou. Agora paga!
            E o Humberto, argumentativo:
            - Mas isto lá é chuva, Waltinho? Um fubazinho que caiu por um minuto e já parou...
            E o Braga, com seu palavreado peculiar:
            - Importa-me lá. Você não salvou a lubrina!


Nenhum comentário:

Postar um comentário