NÃO SALVOU, PERDEU.
Waltinho
Braga lambiscava umas branquinhas lá no Bar do Humberto. Chegou até à porta,
pesquisou o céu e garantiu:
- Até às
seis da tarde cai água hoje.
Humberto
chegou à porta também. Observou as nuvens... demorou-se mais observando para os
lados do Almeida e contestou:
- Hoje não
chove. Sou capaz de apostar duas cervejas. Até à meia noite não cai uma gota d’água.
Chove, não
chove e a aposta foi concretizada. Lincão foi arrolado para testemunha.
Lá pelas
cinco da tarde, justamente quando o Waltinho retornava para tomar as talagadas
vespertinas, caiu uma neblina fininha, parecendo um fubá mimoso, despencando
devagar. Coisa insignificante que quase não chegava ao solo. Cessou uns cinco
minutos depois. E o Waltinho radiante, já requerendo o fruto de sua aposta:
- Traz lá,
Humberto, a primeira cerveja. Apostar comigo é para perder. Eu falei que chovia
e você não acreditou. Agora paga!
E o
Humberto, argumentativo:
- Mas isto
lá é chuva, Waltinho? Um fubazinho que caiu por um minuto e já parou...
E o Braga,
com seu palavreado peculiar:
- Importa-me
lá. Você não salvou a lubrina!
Nenhum comentário:
Postar um comentário