quinta-feira, 1 de junho de 2017

O REPOUSO DO BOI

            Véspera de Festa de Agosto em Sabinópolis. À noite há o levantamento do mastro e a bandeira com imagem da Virgem. Marujos e Caboclos, ainda sem os respectivos uniformes, saracoteiam em meio à multidão e aos Bonecos Gigantes, Lagartão e o Boi de Balaio, uma versão nossa do Bumba meu Boi nordestino. Cessados os fogos e o levantamento do mastro, a festa se esparrama pelas ruas centrais com o povo acompanhando a alegoria de seu gosto. Eu perseguia o Boi do Balaio, acompanhando a cantoria própria do grupo. E os litros de cachaça com fartura passando de mão em mão. Em frente ao Bar do Lagartixa o cortejo parou para tomar mais umas e outras. O boi descansou na porta, já que vinha aos trancos e barrancos tocado a cachaça de boa qualidade.  Norberto improvisou mais uma quadrinha propícia à ocasião:

            - Eta boi danado,
               Eta boi chifrudo.
               Estou desconfiado
               Que este boi já tá bicudo.

            Levantaram o balaio e jazia lá debaixo, dormindo sono solto, a força motriz do boi. Bêbado e roncando o melhor de seu sono.
            Rebocaram o encachaçado para um canto da rua, providenciou-se um substituto e a horda cambaleante seguiu em frente.

E eu no meio, graças a Deus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário