O REPOUSO DO BOI
Véspera de
Festa de Agosto em Sabinópolis. À noite há o levantamento do mastro e a bandeira
com imagem da Virgem. Marujos e Caboclos, ainda sem os respectivos uniformes,
saracoteiam em meio à multidão e aos Bonecos Gigantes, Lagartão e o Boi de
Balaio, uma versão nossa do Bumba meu Boi nordestino. Cessados os fogos e o
levantamento do mastro, a festa se esparrama pelas ruas centrais com o povo
acompanhando a alegoria de seu gosto. Eu perseguia o Boi do Balaio,
acompanhando a cantoria própria do grupo. E os litros de cachaça com fartura
passando de mão em mão. Em frente ao Bar do Lagartixa o cortejo parou para
tomar mais umas e outras. O boi descansou na porta, já que vinha aos trancos e
barrancos tocado a cachaça de boa qualidade.
Norberto improvisou mais uma quadrinha propícia à ocasião:
- Eta boi
danado,
Eta boi chifrudo.
Estou desconfiado
Que este boi já tá bicudo.
Levantaram o
balaio e jazia lá debaixo, dormindo sono solto, a força motriz do boi. Bêbado e
roncando o melhor de seu sono.
Rebocaram o
encachaçado para um canto da rua, providenciou-se um substituto e a horda
cambaleante seguiu em frente.
E eu no meio, graças a Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário