E AINDA SOBRA
O bar do Venâncio andava cheio àquela
tarde noite. Alguns poucos bebericavam a sua cerveja. A maioria, porém,
consumia cachaça em alta escala. Entre eles, num canto do balcão, o Laventino
Gondó e o Manezinho Peroba degustavam a branquinha e conversavam alto. O Gondó,
então, era o que mais falava e contava vantagens e mentiras de sua vida
passada. Numa história de enfrentamento de onça, segundo o qual, espantara o
bicho a poder de socos e tapas, foi interpelado pelo Manezinho:
- É, Seu
Laurentino, já vi que o Senhor é mesmo valente.
O Gondó
rechaçou de pronto:
-
Laurentino, não, Seu Peroba. É Laventino o meu nome. E tem mais: Laventino só
tem um por aqui.
O Zé Fuinha,
que de lado escutava aquela contação de vantagens mentirosa, resmungou por
entre os dentes, mas a ponto de ser ouvido pela dupla:
- Laventino
só tem um. Mas ainda é muito! Muito mesmo!
Nada mais se
disse. Também não precisava.
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