quinta-feira, 10 de maio de 2018

ENCONTRO CASUAL
(Macaco senta no rabo pra falar do rabo alheio)
Vinha ali pela orla do Cemitério da Paz e nem percebi a figura ilustre. Ela, sim, me reconheceu e me saudou:
- Como vai, amigo? Há quanto tempo!...
Com certo esforço reconheci a Minervina e a cumprimentei efusivamente:
- Mas olha quem eu vejo! A Mimi (olha a sutileza)! Mas você descobriu a fonte da juventude, menina (olha a sutileza de novo)!...
- Que nada, companheiro. Isto é bondade sua!...
- Não, Mimi. Você está a mesma!... E ainda no ponto!...
Pensei comigo: era ponto de exclamação (!) e agora virou o ponto de pergunta, ou de interrogação (?). De ereta que era, agora curvou pra frente.
E prossegui:
- As curvas permanecem, menina!
Pensei de novo: só que mudaram de lugar. Antes eram pelas laterais e outras que salientavam as protuberâncias traseiras e do parachoque dianteiro. Agora migraram para a região lombar. Um arco de flecha. Pronto pro disparo.
Despedimo-nos com um abraço e segui matutando:
- Será que ela saiu daí de dentro?

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