PAPO DE BUTECO
Costinha,
para quem não conhece, é amigo nosso e assalta a gente toda noite num buteco
(boteco é o certo, mas é mais feio) ali debaixo do antigo Hotel Amparo. Lá se
reúnem amigos e outros vagabundos para um papo no final do dia, regado a
cerveja e pinga de boa qualidade.
Nesta
quarta-feira, o Costinha, que de costume limpa o bar na parte da manhã para
abri-lo para o público à tardezinha e à noite, enquanto fazia a higiene do
local, deixou uma carne cozinhando para o tira-gosto. Esqueceu-se dela e foi
embora, sendo avisado mais tarde de uma fumaça negra que saia do
estabelecimento. Voltou às pressas ao local e constatou que a iguaria estava
irremediavelmente perdida, queimada, um carvão no fundo da panela. À noite, um
cheiro de fumaça e esturrado infestava o local.
Muito bem.
Ontem, sexta-feira, como de costume, a pinga e o tira-gosto foi solicitado. O
torresmo havia passado do ponto na fritura. Mais moreno do que o habitual.
Questionado, o Costinha justificou que foi uma ligeira distração enquanto
organizava as bebidas na geladeira.
Solemar,
outro nosso amigo, que também não presta, frequentador assíduo do lugar,
sabedor do acontecimento anterior, ou seja, a carne queimada, e vendo o
torresmo também fora de ponto, manifestou-se nestes termos:
- É! O Costinha tá mudando de ramo. Acho que agora
é carvoeiro.
E o buteco
continua lá para escutar as conversas-fiado nossa e de nossos amigos.
Ainda bem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário