PALPITE NO BICHO
Princípio do Século passado. Um governador de um Estado do Nordeste, e se
não me falha a prateleira do lembramento, precisamente o Estado de Alagoas. O
homem era afeito a uma fezinha no jogo do bicho. Quando não tinha seus próprios
palpites, recorria ele à sua cozinheira que sempre lhe contava algum sonho ou
acontecimento que lhe sugerisse o bicho no qual deveria apostar.
Naquela
manhã, à mesa do café, foi interpelado pela Dona Zefina, a cozinheira, com seu
linguajar cascudo:
- Olha,
Doutor, acho que o Senhor hoje pode mandar jogar no trigue.
- O tigre,
Zefina? Mas por que este palpite?
- Pois não é
que sonhei a noite toda que tava fazendo pão de ló para o Senhor!
- E o que
tem o tigre com pão de ló, Zefina?
- Oxente!
Pois o pão de ló não é feito com farinha de trigue!?
O governador
mandou fazer a aposta no bicho sugerido. E não é que deu o tigre naquele dia!
Vá lá
entender os desígnios da sorte!...
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