quinta-feira, 17 de janeiro de 2019


PALPITE NO BICHO

            Princípio do Século passado. Um governador de um Estado do Nordeste, e se não me falha a prateleira do lembramento, precisamente o Estado de Alagoas. O homem era afeito a uma fezinha no jogo do bicho. Quando não tinha seus próprios palpites, recorria ele à sua cozinheira que sempre lhe contava algum sonho ou acontecimento que lhe sugerisse o bicho no qual deveria apostar.
            Naquela manhã, à mesa do café, foi interpelado pela Dona Zefina, a cozinheira, com seu linguajar cascudo:
            - Olha, Doutor, acho que o Senhor hoje pode mandar jogar no trigue.
            - O tigre, Zefina? Mas por que este palpite?
            - Pois não é que sonhei a noite toda que tava fazendo pão de ló para o Senhor!
            - E o que tem o tigre com pão de ló, Zefina?
            - Oxente! Pois o pão de ló não é feito com farinha de trigue!?
            O governador mandou fazer a aposta no bicho sugerido. E não é que deu o tigre naquele dia!
            Vá lá entender os desígnios da sorte!...

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