SURPRESA NO CANECO
Múcio
Barroso e Totó saíram para caçar pacas. A noite estava escura e a caçada não
fora proveitosa. Nada encontraram. Andaram, beberam, comeram os tira-gostos e
nada de caça. Por fim, cansados e sedentos, procuraram um córrego pequeno, um
chavascal, para onde se dirigiram para aplacar a sede de ressaca de cachaça. Múcio
foi à frente e encontrou, na escassez do regato, um ponto onde se acumulava
alguma água, que foi recolhida num copo e sorvida com sofreguidão. Totó
aguardava ao lado e requereu do companheiro:
- Pega uma
caneca destas para mim aí também.
Múcio
recolheu a água e passou o caneco de alumínio amassado ao colega. Totó,
ressecado e ressacado, sorveu o líquido com avidez. No fundo encontrou um
objeto estranho. Era a dentadura do Múcio que jazia no fundo, colocada de
propósito pelo amigo. Amigo? Sei não...
Totó
arremessou o copo e seu conteúdo esdrúxulo para a baixada do brejo, entremeado
de um palavrão impublicável.
Manhã seguinte,
Múcio e um companheiro, o Totonho Cachaça, munidos de enxada pá e peneira,
escarafunchavam o brejo à cata da prótese extraviada.
Se a
encontraram não posso informar. Perguntem ao próprio Múcio.
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