ESTRATÉGIA POLÍTICA
Manezinho
Pangola salpicava a sua figura pelas ruas de sua cidade natal, a pequena
Abobreiras. Era conhecido por todos, até porque lá todo mundo conhecia todo
mundo. Tinha seus particulares. Devia a dois na praça: a Deus e ao resto do
mundo. Pagava de vez em quando um, fazia mais dois ou três débitos e ia levando
a vida.
Vieram as
eleições. Pensou, matutou e resolveu candidatar-se a vereador. Do pensamento à
ação. Achou um partido pelo qual se inscreveu e partiu para a campanha. Ninguém
acreditava que teria votos suficientes. Ele mesmo, em análise fria, contou cerca
de oito. Apenas. Um da mãe, dois dos seus dois irmãos, um tio que o estimava,
um compadre (duvidoso), mais dois amigos e o seu próprio voto.
Vieram as
eleições e em seguida a apuração. Foi o mais votado, deixando pasma a
comunidade da cidadezinha. Justificou o surpreendente sufrágio:
- Prometi a
todos os meus credores que, se eleito, com o reforço do subsídio do cargo,
pagaria todas as minhas contas.
Se cumpriu a
promessa não sei. Pergunte a ele ou ao comércio em geral de Abobreiras.
Nota do
autor: Comunico que não cobrarei direitos autorais a quem quiser aplicar a
mesma estratégia.
12.11.2020.
Genial Arnon!
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