sexta-feira, 17 de julho de 2015

ROLOU


                Amiga minha e colega de trabalho, a Isaura,  queixou-me que andava muito desiludida. Há tempos que não vivia um caso de amor. Embora não fosse uma Gisele Bundchen, também não era de se jogar fora. Senti que seus lamentos  pretendiam me induzir a indicar-lhe alguém, apresentar-lhe uma pessoa. Lembrei-me então de um conhecido meu, companheiro de bar. Parecia ser gente boa, talvez a pessoa indicada para o desencalhe de minha amiga. Muito tímido, o Bolão andava também à procura de alguém.
                Do pensamento à ação.
                Comentei com a Isaura sobre esse meu amigo, tecendo loas à sua simpatia, mas sem esconder que, fisicamente, era um pouco desproporcional: mais pelas laterais do que pela vertical. Ou seja, um pouco adiposo. A minha amiga, na seca em que se achava, topou o encontro e eu, dia seguinte, no mesmo bar de sempre, promovi as apresentações.
                Cerca de uma semana depois me reencontrei com a Isaura. Curioso quis saber das novidades.
                - Olha, meu amigo, saímos juntos  duas vezes durante a semana.  O Bolão é papo  bom, simpático, agradável. Embora muito tímido... Combinamos um passeio numa serra,  ali pelos lados de Nova Lima,  para curtir a natureza.  Deitamo-nos sobre a sombra de uma árvore,  observando o fim de tarde. Era uma boa oportunidade para rolar alguma coisa mais...
                - E rolou? – Perguntei eu, inquieto.
                - Se rolou!... Rolou o Bolão morro abaixo, passou por uma cerca de arame farpado e foi parar num córrego, lá em  baixo. Está em casa cuidando das escoriações.

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