ROLOU
Amiga
minha e colega de trabalho, a Isaura, queixou-me que andava muito desiludida. Há
tempos que não vivia um caso de amor. Embora não fosse uma Gisele Bundchen,
também não era de se jogar fora. Senti que seus lamentos pretendiam me induzir a indicar-lhe alguém,
apresentar-lhe uma pessoa. Lembrei-me então de um conhecido meu, companheiro de
bar. Parecia ser gente boa, talvez a pessoa indicada para o desencalhe de minha
amiga. Muito tímido, o Bolão andava também à procura de alguém.
Do
pensamento à ação.
Comentei
com a Isaura sobre esse meu amigo, tecendo loas à sua simpatia, mas sem
esconder que, fisicamente, era um pouco desproporcional: mais pelas laterais do
que pela vertical. Ou seja, um pouco adiposo. A minha amiga, na seca em que se
achava, topou o encontro e eu, dia seguinte, no mesmo bar de sempre, promovi as
apresentações.
Cerca
de uma semana depois me reencontrei com a Isaura. Curioso quis saber das
novidades.
-
Olha, meu amigo, saímos juntos duas
vezes durante a semana. O Bolão é
papo bom, simpático, agradável. Embora
muito tímido... Combinamos um passeio numa serra, ali pelos lados de Nova Lima, para curtir a natureza. Deitamo-nos sobre a sombra de uma
árvore, observando o fim de tarde. Era
uma boa oportunidade para rolar alguma coisa mais...
-
E rolou? – Perguntei eu, inquieto.
-
Se rolou!... Rolou o Bolão morro abaixo, passou por uma cerca de arame farpado
e foi parar num córrego, lá em baixo.
Está em casa cuidando das escoriações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário