É PARA CASAR?
Os tempos
eram os antigos.
Manezinho Custódio passeava na praça
principal da cidade, banzerando, à procura de uma paquera. Viu Ritinha
Pé-de-Valsa que derramou sobre ele um olhar disminlinguido. Atacou em seguida,
sabendo que a menina era conhecida como uma pia-de-água-benta, ou seja,
daquelas que todos passam a mão.
Mais tarde,
já na porta da casa da menina, atracado como se requer nessas ocasiões, foi
surpreendido pelo pai da garota, o Zé Cavaco, homem severo, cujo sonho era
casar a moça para evitar maiores preocupações já que ela, de muito, era mal-falada
no lugar.
- E aí,
rapaz! E essas liberdades com minha filha?!... Você está namorando pra casar ou
pra que é?
O Manezinho,
meio desconcertado, procurando se refazer da situação constrangedora:
- É, Seu
Cavaco, é só para o “que é”.
E desfez-se
na noite, como um fantasma surpreendido pelo sol.
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